QUE NADA NOS DEFINA. QUE NADA NOS SUJEITE. QUE A LIBERDADE SEJA A NOSSA PRÓPRIA SUBSTÂNCIA.
Simone de Beuvoir

quarta-feira, 29 de junho de 2011

MINEIROS NA CAPITAL PAULISTA.


A migração do Estado mineiro para a capital paulista não tem número tão expressivo como para o interior do Estado, no entanto é um número significativo  embora    tenha caído  de 17% para 12%  nas ultimas décadas. Diferente da migração  sazonal direcionada à zona canavieira  a  ida para a região metropolitana de São Paulo configura quase como que uma mudança efetiva para outro estado; em alguns casos se torna realmente definitiva.
Talvez pelo Vale do Jequitinhonha está posicionada geograficamente bem próxima ao estado da Bahia e pela influencia cultural entre outros fatores, os mineiros dessa região são confundidos com nordestinos e também  passam pelas mesmas dificuldades  na capital paulista:
PROBLEMAS DE HABITAÇÃO
 A maioria se aglomera nos bairros periféricos  causando o inchaço dessa população  pouco beneficiada de infra-estrutura habitacional, dificuldades de locomoção, serviços básicos de saúde e educação. 
EMPREGO
A sua grande maioria esta locada na mão de obra da construção civil e serviços domésticos o que também não o diferencia dos migrantes do norte e nordeste do país.  A renda media desses migrantes é entre 500 a 1200 reais mensais e o custo de vida muito alto na capital  afunila essa renda e faz com que muitos tenham esses ganhos apenas  para  subsistência. 
EDUCAÇÃO
Com a implantação do PROUNI alguns jovens trabalhadores ou filhos deles conseguem ingressar na universidade, mas a capital tem índices pouco positivos na educação básica (médio e fundamental), isso traz conseqüências futuras aos filhos desses migrantes submetidos a este tipo de ensino, como conta o estudante de jornalismo Anderson Batista (24), filho de migrantes mineiros da cidade de Comercinho no norte de Minas: “o ensino fundamental e médio aqui (S.PAULO) pouco se difere da média nacional; a possibilidade de ingresso direto na faculdade apenas com o básico da escola é praticamente impossível”. O estudante conta também que precisou entrar num curso preparatório para tentar o vestibular o que para ele atrasará em um ano sua formação acadêmica.  “Trabalhava como ajudante de pedreiro e o que eu ganhava era apenas pra pagar o cursinho pré-vestibular”.  Afirma Anderson.
Para os estudantes que não conseguem bolsas ou a inclusão numa universidade pública a situação se torna complicada: Um em cada quatro alunos nas universidades privadas desistiu do curso na região metropolitana de São Paulo, aponta estudo das próprias instituições de ensino superior.  A taxa de evasão, de 27%, representa um aumento de 14%; a maior proporção de desistência registrada na década.
A carga de trabalho é geralmente entre seis e 10 horas, mais o tempo que leva para a locomoção da casa para o trabalho e do trabalho para casa dificulta o acompanhamento dos pais no desenvolvimento escolar dos filhos e consequentemente do seu maior tempo de convívio social e que certamente influenciará no futuro dessas pessoas. 

O SONHO DE VOLTAR PARA TERRA DE ORIGEM
A maioria dos migrantes que deixam o interior mineiro vem para a capital paulista com o sonho de equilibrar-se financeiramente e um dia retornar para sua terra natal.  Mas muitas vezes o sonho se torna uma desilusão considerando as varias dificuldades geradas no convívio na grande metrópole.   Muitos acabam criando raízes com a constituição de família e com os baixos salários que por vezes impossibilitam até mesmo um simples passeio de férias nas suas cidades de origem.    Alguns nunca mais retornam.
Por: Edinaldo Soares

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