QUE NADA NOS DEFINA. QUE NADA NOS SUJEITE. QUE A LIBERDADE SEJA A NOSSA PRÓPRIA SUBSTÂNCIA.
Simone de Beuvoir

domingo, 18 de janeiro de 2015

PARTIDO VERDE COMPLETA 29 ANOS


Tancredo Neves acabara de ser eleito pelo Colégio Eleitoral, evento que marcava o retorno do país à vida democrática, após anos duros do regime militar, quando fundamos o Partido Verde, trazendo para o cenário político nacional uma nova maneira de ver e resolver os conflitos humanos.
O PV teve a coragem de dizer que os velhos embates políticos de esquerda versus direita, de capital versus trabalho, estavam superados e não davam conta de resolver os conflitos entre o modo de vida dos humanos, a necessidade de sobrevivência dos outros seres e a própria vida na Terra.
O Partido Verde criou uma nova pauta com temas que antes não faziam parte do ideário político nacional. Falamos de meio ambiente, sustentabilidade, esgotamentos dos recursos naturais, pacifismo, mas também exigimos o respeito a outras liberdades, como a homoafetividade. Tratamos das drogas — um tabu — de maneira clara, mostrando que a simples criminalização de usuários não resolvia o problema, ao contrário, criava e fortalecia a economia do tráfico, com relações perigosas em diversos setores da sociedade.
Tudo que dizíamos, há 29 anos, em 17 de janeiro, quando anunciamos a fundação do PV, foi visto como exótico e até como alarmista. Os conservadores escandalizaram-se e até criminalizaram nossas propostas. Criaram um conflito inexistente entre crescer e preservar, quando, mais uma vez mostramos que tudo podia ser feito com os princípios da sustentabilidade, suprindo as necessidades da geração presente, garantindo o direito das próximas gerações.
Os nossos brados espalharam-se e ganharam as ruas, as casas, mas as políticas públicas avançaram muito aquém das necessidades de preservação ambiental e justiça social. Os resultados são desastrosos em setores essenciais à qualidade de vida.
Estamos vivendo um caos em relação a mobilidade urbana. Nossas cidades estão abarrotadas de carros e o transporte público não alcançou a qualidade desejável. As grandes metrópoles brasileiras vivem em colapso hídrico, onde a água para o consumo humano é cada vez mais escassa. E a violência tomou conta de nossas ruas, justamente em um momento que o país cobra ética e eficiência de seus representantes.

As urgências naturais e planetárias exigem mais dos Verdes e responderemos, dando nossa colaboração à sociedade brasileira. Os verdes desejam o desenvolvimento sustentável como caminho para combater a miséria e o desperdício. Almejam a valorização da política como atividade ética. Aspiram um sociedade baseada no pacifismo, na diversidade, no respeito às liberdades democráticas, justiça social e direitos humanos.

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