Com apenas oito meses
de mandato, Getúlio Neiva (PMDB), prefeito de Teófilo Otoni, cidade do Vale do
Mucuri com 130,5 mil habitantes, pode abandonar o cargo para assumir uma vaga
na Assembleia Legislativa. Ele é o primeiro suplente do deputado José Henrique
(PMDB), falecido na madrugada de terça-feira. Neiva já foi notificado pela Mesa
Diretora do Legislativo a respeito dos 30 dias que têm para resolver se assume
a cadeira ou permanece no Executivo municipal.
O prefeito disse que
informou à Presidência da Casa que vai usar o prazo para tomar uma decisão, mas
disse estar “tentado” a voltar para o Legislativo. Se isso acontecer, a disputa
pelo cargo pode acabar na Justiça, já que para o vereador de Uberaba Tony Reis
(PMDB), segundo suplente, a vaga é dele.
“A cadeira de deputado
me seduz muito. Ser prefeito é muito difícil. É muito trabalho, os recursos são
poucos e as leis de licitações e de Responsabilidade Fiscal são feitas para
colocar a gente na cadeia”, disse o Getúlio Neiva, eleito ano passado com 86,6%
dos votos, um dos maiores índices em todo o estado. Além disso, segundo ele,
“prefeito não tem aposentadoria”. “Se virar deputado posso contribuir por mais
alguma tempo e me aposentar pelo Instituto de Previdência do Legislativo de
Minas Gerais (Iplemg)”, afirma.
Caso Neiva decida por
deixar o cargo, a prefeitura vai ser assumida pelo vice-prefeito, Ilter Martins
(PSDB), que também é secretário de Saúde. O prefeito garante que a
administração de Teófilo Otoni ficará em “ótimas mãos”, porque o vice é “uma
pessoa da mais absoluta confiança”.
Neiva já foi deputado
federal e estadual e ocupa pela terceira vez a prefeitura da cidade. Ele negou
os rumores de que teria se comprometido, por carta entregue ao comando estadual
do PMDB, permanecer no cargo. É que o partido já contava com a vaga, pois o
estado de saúde de José Henrique, que ocupava a primeira vice-presidência da
Assembleia, era considerado grave. O parlamentar faleceu em decorrência de um
câncer.
NA
JUSTIÇA
Tony Reis informou que
vai aguardar a decisão de Neiva, mas adiantou para a reportagem que pretende
acionar a Justiça para conseguir o cargo. Na avaliação do vereador, na hora em
que assumiu a prefeitura, em janeiro, Neiva perdeu o cargo de suplente. “Eu sou
o suplente. Eu entendo assim, mas, para a Assembleia, o cargo é dele. Vamos
ver”, disse Reis, que está em seu quinto mandato de vereador. Para ele , que
foi eleito suplente com cerca de 35 mil votos, é “lamentável que um prefeito
eleito com mais de 80% dos votos e que assumiu há tão pouco tempo já abandone
seus eleitores para virar deputado”. O vereador reforçou que pretende procurar
“um remédio jurídico”, caso Neiva resolva mesmo tomar posse na Assembleia. O
prazo dado pelo Legislativo para o prefeito de Teófilo Otoni vence em 19 de
setembro.
Alessandra Mello
em.com.br
Portal Uai